Segundo o último levantamento realizado em 2022 pela ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades do Mercados Financeiros e de Capitais, infelizmente ainda a Poupança segue como o investimento mais utilizado pelo investidor brasileiro.
Mas os dados revelam outras preocupações, o brasileiro ainda conhece pouco sobre o assunto, pois só 3% investiu em fundos e 2% em ações e títulos privados (bancários e não bancários) em 2021, por desconhecimento daquilo que pode lhe oferecer mais benefícios.
Para entendermos este comportamento é preciso conhecer mais o perfil geral deste investidor, vejamos abaixo - dados Raio X do Investidor ANBIMA:
53% da população geral é do sexo feminino;
A idade média é 42 anos;
Apenas 21% possuem ensino superior;
47% estão classificados na classe C;
70% na PEA (População Economicamente Ativa), ou seja, trabalham;
44% estão localizados na região sudeste; e
A renda mensal familiar é de R$ 3.773,00.
O baixo grau de instrução, a idade média mais elevada, família constituída com baixa renda familiar, além do baixo conhecimento em educação financeira, explicam melhor porque o brasileiro ainda é refém da velha caderneta ou das falsas promessas.
O acesso a informação através das redes sociais e os chamados influenciadores digitais, reproduzem um falso conhecimento a quem os seguem, não pelo o que eles tentam ensinar ou vender, mas pela sensação de facilidade em obter grandes e rápidos retornos e a omissão irresponsável sobre o risco do investimento que apresentam, assunto este negligenciado até por alguns profissionais do mercado financeiro.
A ignorância sobre o assunto, é preenchida pela empatia e sensibilizado por "histórias de sucesso" que na maioria das vezes, são narrativas falsas.
Essas estratégias acabam convencendo milhões de investidores a aplicarem o dinheiro de uma vida em algo que mal conhecem e com claros indícios de pirâmides financeiras. Isso ocorre porque a maioria das decisões sofrem alguns vieses cognitivos, tema ainda pouco conhecido no Brasil.
Um viés nada mais é que um padrão de distorção de julgamento em que o investidor é levado a tomar uma decisão complexa, e por falta de conhecimento sobre o assunto sua decisão acaba sendo emocional, atingindo a irracionalidade, pois ele foi influenciado por suas experiências, crenças ou hábitos.
Dentro de finanças comportamentais, chamamos este processo de heurísticas e funcionam como regras de bolso, utilizadas para que se tome uma decisão simples e rápida diante de assuntos que não se têm conhecimento específico.
Como exemplo, o viés de risco zero propõe ao interessado uma garantia de retorno elevado com risco baixo ou inexistente. O negócio lhe é apresentado com muita ênfase na facilidade em obter ganhos rápidos, para ampliar a sua confiança, e não por acaso, é o modelo que mais convence e engana investidores no Brasil.
Como evitar golpes e investir melhor?
Já dizia Benjamin Franklin "Investir em conhecimento rende sempre os melhores juros", logo a leitura se torna essencial para esta formação, livros, e-books, relatórios, artigos e sites específicos vão lhe proporcionar rápidos e grandes retornos, com a garantia de baixo risco, e sim, inegavelmente será o seu melhor investimento.
Este conhecimento ainda lhe será insuficiente, mas já irá lhe revelar muitas verdades, entenderá que o risco é mais importante que o retorno e que dentre um universo de opções, sempre terá aquela que atendará melhor aos seus objetivos.
Sua evolução deve ser constante e chancelada por suas experiências, e quando se der conta, terá construído um patrimônio sólido e sustentável e nós, profissionais do mercado financeiro, devemos ser corresponsáveis pelo seu progresso, nosso compromisso ético exige a busca incansável pelo aprimoramento para lhe oferecer transparência, informação e conhecimento, para que juntos você possa alcançar seus sonhos sem definitivamente perder o sono.
Commentaires